Inicialmente, identificou-se que a balança comercial brasileira para o ano de 2017 será superavitária. Para nossas exportações a expectativa é de que sejam somados 197 bilhões de dólares, o que já significa um aumento de 7,2% em relação ao ano de 2016. De outro lado, a previsão é de que seja alcançado o montante de 146 bilhões de dólares em importações, o que é 5,2% mais que o ano anterior.
O suspense acerca das ações de Donald Trump, recém eleito Presidente dos Estados Unidos continuam sob atenção dos olhares dos mercados mundiais. Argumenta-se que suas maiores preocupações nessa área direcionem-se para mudanças em tratados como Nafta e Parceria Transpacífico, este último já com efeito desde o último dia 23, que através de um decreto retirou os EUA do acordo assinado por Obama em 2015.
Em 2017 tem se gerado uma expectativa de que haja um avanço conclusivo para um acordo entre Mercosul e União Europeia. Em razão da baixa credibilidade política que a América do Sul enfrentou nos últimos anos o acordo ficou paralisado por bastante tempo, porém, há esperança de que finalmente neste ano os mercados avancem no sentido dessa assinatura.
Um estudo divulgado pela própria Comissão Europeia, mostra que a Europa terá importantes ganhos se o acordo com o Mercosul vier a ser assinado, inclusive no setor agrícola. Esse mesmo estudo mostra que até 2025 os europeus ampliariam em 29 bilhões de euros as suas compras de produtos agrícolas, sendo que metade seriam procedentes dos países que formam o Mercosul. Deste modo, as exportações do Mercosul para a UE cresceriam 14 bilhões de euros em dez anos, um salto de quase 25%.
É muito importante que o Brasil avance em negociações de acordos internacionais, essa foi uma questão que ficou abandonada. O Brasil tem a nona economia do mundo, mas é preciso deixar claro que somente seremos grandes no comércio exterior se realmente avançarmos em assinaturas de acordos internacionais realmente eficientes.
Nós sabemos que o crescimento do comércio exterior brasileiro é fortemente ligado ao nosso quadro político, seja de forma positiva ou negativa. A cada novo escândalo ou turbulência, a confiança do empresário brasileiro pode subir ou descer. Se subir, o comércio exterior cresce, se descer o comércio exterior é prejudicado. A torcida em 2017 é para que a questão política não atrapalhe nosso mercado externo, mas ao contrário, objetive soluções para um desenvolvimento definitivo do comércio exterior brasileiro.
Os executivos atuantes no mercado sabem que a sensação de instabilidade e insegurança que os empresários vinham sentindo nos últimos anos é contagiosa. Para combater esse tipo de sentimento é necessário confiança, a confiança é o antídoto para o pessimismo. Portanto, se em 2017 o Brasil conseguir elevar o sentimento de confiança do mercado, certamente será um bom ano para todos nós.
É necessário também que os empresários brasileiros estejam mais próximos do comércio exterior. Muitos desconhecem termos como Drawback, por exemplo, o qual autoriza a suspensão, isenção ou restituição de tributos em operações de importação de insumos e produtos intermediários que serão utilizados de alguma forma na mercadoria destinada à exportação. O comércio internacional é um mundo de oportunidades, não importa o tamanho de sua empresa, no comércio exterior as oportunidades são para todos.