No início desta semana, autoridades chinesas comunicaram que a cidade de Shenzhen foi submetida a um lockdown de sete dias para conter a escalada de casos de Covid-19. No período entre 14 e 20 de março, com a exceção dos trabalhadores considerados essenciais, todos os mais de 17 milhões de residentes só poderão sair de casa para realizar testes de detecção do vírus.
Shenzhen é uma das principais metrópoles da China e possui um dos maiores portos de movimentação de containers do mundo. Então, desde segunda-feira, a comunidade da logística internacional está apreensiva e de olho para saber se o lockdown efetivamente irá durar apenas sete dias ou se será estendido por semanas a fio.
Com menos trabalhadores disponíveis para a realização dos serviços portuários, a preocupação é que se repitam os caos logísticos vividos em maio do ano passado em Shenzhen ou em agosto em Ningbo: um efeito dominó de ocorrências que levam ao aumento nos congestionamentos dos portos, gargalos na oferta de serviços e, lá no fim do processo, o aumento dos fretes.
Em uma matéria publicada na terça-feira (16), o site TradeWinds informou que, segundo agências marítimas, os portos de Shenzhen e Shanghai (outra metrópole também afetada por severas restrições contra a covid) seguiam operando normalmente. O que seria um indicador de que o impacto deste lockdown não seria tão severo quanto das outras vezes.
No entanto, Qingdao e Yangtze já estariam registrando um aumento na quantidade de navios ancorados aguardando atracação.
Por mais que os portos continuem funcionando normalmente, armazéns e retroárea provavelmente serão impactados. A Maersk soltou um comunicado na segunda-feira (14) informando que armazéns estariam fechados até o dia 20 mas os demais serviços seguiam funcionando normalmente.
Também na segunda-feira (14), uma matéria publicada no conceituado portal The Loadstar usa um tom um pouco pessimista para dizer que o lockdown em Shenzhen vai causar impactos maiores do que os causados pelo bloqueio do Canal de Suez. O mercado indiano já estaria alarmado com uma nova falta de vazios.
Um dos problemas seria o fato de que as indústrias de Shenzhen teriam sua produção impactada de formas diferentes – o que diminuiria o fluxo de produtos escoados até o porto para exportação, por fim colaborando para o desequilíbrio da cadeia logística.
Por exemplo: a Foxconn, uma das maiores fornecedoras da Apple, está com duas grandes fábricas fechadas durante o período do lockdown. Essa matéria da BBC fala um pouco mais sobre as indústrias.
Fonte: containerdiario.com