Há mais de 50 anos o continente europeu e o Brasil se relacionam comercialmente. Essa relação histórica tem solidificado os laços culturais, econômicos e políticos dessas duas forças do mercado global, o que se evidenciou em 2007, com a criação formal da Parceria Estratégia UE-Brasil.
O intercâmbio comercial entre Brasil e Europa não teve muita variação entre os anos de 2010 e 2014, muito embora tenha apresentado um crescimento de 7,6%, de 82,48 bilhões de dólares para 88,76 bilhões de dólares. Nesse mesmo período, as exportações brasileiras tiveram uma redução de 2,9%, enquanto que as importações aumentaram 19,3%. Houve ainda um superávit na balança comercial brasileira nos anos de 2010 a 2012, enquanto que nos dois últimos anos do período destacado nossa balança foi deficitária.
Em 2014, dentro da União Europeia, destacamos em porcentagem de participação os Países Baixos (31,0%), a Alemanha (15,8%), a Itália (9,6%) e o Reino Unido (9,1%) como os quatro maiores compradores do mercado brasileiro, ou seja, são os países da comunidade europeia que o Brasil tem o maior direcionamento de suas exportações.
Neste mesmo período, no que concerne as nossas importações, nossos principais mercados na Europa foram, essencialmente, a Alemanha (29,6%), a Itália (13,5%), a França (12,2%) e a Espanha (8,4%).
Numa análise simplista dos dados apresentados, podemos considerar a Alemanha como, talvez, o principal parceiro comercial do Brasil dentro da União Europeia, visto que é o segundo maior comprador dos produtos brasileiros dentro do bloco e o primeiro fornecedor de produtos ao Brasil.
Em relação as mercadorias destinadas à exportação, identificamos que são majoritariamente compostas por produtos básicos, especialmente minério de ferro, farelo de soja, café, soja e óleos brutos de petróleo, o que representou 52,2% do total dos produtos exportados para a Europa em 2014. Os manufaturados representaram 33,8% do total de nossas exportações, através de combustível, máquinas mecânicas e suco de laranja, enquanto que os semimanufaturados atingiram 14% de representação, por meio de pastas de madeira, ferroniobio e ferroníquel.
No âmbito das importações provenientes da União Europeia, quase que na totalidade são resultantes de produtos manufaturados. Em 2014, somaram 95,6% do total, com destaque para máquinas mecânicas e elétricas, automóveis e produtos farmacêuticos. Os produtos semimanufaturados atingiram 2,8% do total, enquanto que os produtos básicos 1,6%.
Atualmente, Brasil e União Europeia estão no ápice de suas relações econômicas e comerciais, e muito embora seja uma unanimidade que este intercâmbio comercial ainda não tenha atingido seu potencial máximo, a tendência é que o crescimento se mantenha e o Brasil se solidifique cada vez mais como o maior parceiro latino-americano da Europa.