Nos últimos dez anos, o número de embaixadas brasileiras no continente africano foi duplicado e, muito embora, essa relação tenha de fato se estreitado, com reflexo expressivo no aumento do intercâmbio comercial entre os anos de 2003 e 2014 de US$ 6,15 bilhões para US$ 26,76 bilhões, com um crescimento que ultrapassou 300%, a participação africana na balança comercial brasileira ainda é de apenas 5,9%.
Dentro deste cenário, no período destacado, as exportações brasileiras para a África cresceram 239%, enquanto que as importações atingiram 418,4%. Apenas em 2009 o saldo da balança comercial foi favorável ao Brasil, tendo, portanto, saldo deficitário em todos os demais calendários deste período de amostragem, especialmente pela relação comercial com a Nigéria.
Em 2014, no que se refere as importações brasileiras do mercado africano, os cinco principais fornecedores foram Nigéria, Argélia, Marrocos, Angola e Guiné Equatorial. A Nigéria merece destaque, pois, soma mais de 55% das vendas do mercado africano ao Brasil.
Neste sentido, com relação aos produtos importados, identificamos o óleo bruto de petróleo representando quase 90% de nossas compras na África no último ano, seguido de adubos com 5,1% e cacau com 0,7%.
Quanto ao direcionamento de nossas exportações, nossos cinco maiores compradores africanos em 2014 foram Egito, Angola, África do Sul, Argélia e Nigéria, com destaque ao Egito que absorveu 23,9% de nossas vendas dentro do continente.
Dentro deste panorama, nossos produtos mais exportados foram açúcar (29,6%), carnes (17,2%), cereais (7,2%), automóveis (7,0%), máquinas mecânicas (5,5%) e minérios (5,1%).
O Brasil tem se mostrado empenhado em aumentar o relacionamento comercial do Brasil com a África. Em 2008, foi assinado o Acordo Mercosul-União Aduaneira da África Austral (SACU), que prevê reduções tarifárias entre 10 e 100%, para mais de 1000 produtos.
As raras linhas de crédito para exportação e importação entre Brasil e África, a necessidade de transbordo para muitos dos países africanos, o transit time e o preço do frete podem sugerir o motivo de ainda não termos de fato uma relação comercial forte com o continente africano, muito embora, tenhamos plena condição de tornar este mercado mais atraente, visto que os produtos brasileiros no continente africano são extremamente bem vistos, principalmente em relação a poderosa China.