Cautela é a palavra do momento. O medo tem sido personagem frequente na vida dos brasileiros. De um lado família, saúde, vida. De outro, renda, fome, vida de novo. Não há como separar saúde e economia, essa polarização que ocorre no Brasil é decorrente de uma cultura criada equivocadamente e que somente atrapalha o desenvolvimento de um país. Não existe economia sem saúde, tampouco saúde sem economia.
O remédio para nos tirar dessa crise tem efeitos colaterais graves, o lockdown horizontal se mostra necessário e vem sendo aplicado na maioria dos países afetados, porém, por quanto tempo? Como será o mundo pós Covid-19? Há coisas que podemos controlar. Desta vez, você não está no controle, ter ou não medo não vai influenciar no cenário, apenas te deixar mais assertivo na tomada de decisões. Na história da humanidade, para citar apenas o passado recente, temos inúmeros exemplos de como sempre atravessamos momentos de crises e nos recuperamos: Primeira Guerra Mundial (1914-1918); Grande Depressão – Crise de 1929 (1929-1939); Segunda Guerra Mundial (1939-1945); Guerra Fria (1947-1991); Crise do Subprime (2008-2009); Crise da Dívida na Europa (2009-2010), isso apenas para citar as principais.
Há inúmeras previsões sobre o caos pandêmico que enfrentamos hoje. É unânime a visão de que não serão dias fáceis, mas é óbvio que venceremos. Recentemente a palavra da moda no mundo dos negócios era: Resiliência, que está associada à habilidade que cada indivíduo tem em lidar e resolver problemas e de sobreviver e superar momentos difíceis, perante situações adversas e não ceder à pressão, independentemente da situação. Pois bem, essa é a hora de sair do campo teórico e aplicar esse conceito no campo prático.
O ministro da economia Paulo Guedes mostra visão otimista com relação ao Brasil pós isolamento social. Guedes expressou que o país voltará a crescer em cinco meses a contar do fim da crise do Covid-19. Disse também que o Brasil tem capacidade de se recuperar antes dos outros e defendeu que os municípios usem seus recursos da forma que lhe for melhor. No mesmo sentido, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, afirmou que o país deve ter um quarto trimestre incrível na economia, com o fim da pandemia.
No comércio exterior, o Brasil já procedeu com a redução da alíquota do imposto de importação para zero para mercadorias essenciais ao combate do Covid-19, bem como a facilitação na liberação das mesmas, a fim de evitar o desabastecimento. A Receita Federal já liberou a entrada de 500 mil testes para a detecção do coronavírus e até o final de abril, 5 milhões de kits desses testes devem chegar pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos-SP.
O fim da quarentena deve ser marcado pela retomada em escala global do comércio internacional, haja vista que muitas empresas suspenderam ou diminuíram suas operações neste período. A indústria brasileira depende de produtos importados para garantir sua retomada e isso, provavelmente deve ficar evidente com o provável congestionamento do tráfego internacional nos portos e aeroportos com o encerramento das restrições.
Considerando os impactos no cenário do comércio exterior, já circulam propostas emergenciais no auxílio as empresas brasileiras, sendo: dilatação temporária dos períodos de armazenagens, bem como a solicitação para liberação automática para empresas que fazem parte do grupo da Receita Federal classificadas como baixo risco, cujo os dados apontam que são empresas habituadas a cumprir suas obrigações aduaneiras.
O momento é difícil e muito delicado para projeções. Estamos no começo da tempestade. Você pode focar na calmaria que a sucede ou no medo que a precede. O mundo continua girando e logo atravessaremos mais uma dura crise que modela os aspectos de um mundo cada vez mais interligado.